Passado difícil não é destino
Algumas reflexões que podem te ajudar a trilhar seu próprio caminho, independente do seu passado
Olá Pessoas negras da minha rede!
Mais uma edição da Otherside chegando na sua caixa de entrada para trazer temas de relevância e como aplicá-los na prática no seu dia a dia e carreira.
Hoje quero falar da publicação fresquinha que fiz no LinkedIn esta manhã: seu passado não define seu futuro.
Esse assunto geralmente pega muita gente. Ele me pega inclusive.
Extrema pobreza. Privações. Impossibilidades. Acessos impedidos. Coisas que a gente nem sabia que existiam. Imagens na TV e nas revistas que pareciam (e talvez ainda pareçam) realidades incansáveis.
Durante muito tempo eu acreditei que não poderia alcançar nada daquilo porque não era para mim. Depois me disseram que eu poderia e aí passei a buscar formas chegar lá.
Mas você sabe o que descobri no meio do caminho?
Que esse passado não é uma sentença. As situações difíceis e coisas ruins que vivi são parte da minha história, sim. Uma parte da minha jornada, com certeza. Mas elas não tem o poder de determinar onde vou chegar, a menos que eu permita. E isso também é válido para você.
E por que estou trazendo esse tema hoje?
Porque tenho observado que muitos de nós ainda carregamos o peso do passado como se ele fosse uma âncora que nos impede de navegar para águas mais profundas.
Ser a primeira pessoa da família a fazer faculdade, vir de uma comunidade onde poucos "chegaram lá" ou ter crescido ouvindo que "lugar de preto é...", são experiências que podem criar feridas profundas em nós e ancorar crenças que não são verdadeiras - seja de que não podemos fazer nada seja de que podemos fazer tudo não importa o custo que esse tudo tenha.
Mas deixa eu te contar uma coisa: passado não é destino.
Aquela sabedoria antiga dos nossos mais velhos sempre nos ensinou sobre resistência e reinvenção. Nossas avós e mães não tinham muito, mas sonharam grande para nós. E sabe por quê? Porque elas entendiam que cada geração tem o poder de reescrever sua própria história.
Quando você se permite ser definida pelas privações e impossibilidades que viveu no passado, você está inconscientemente limitando seu potencial. É como dirigir olhando apenas pelo retrovisor - você perde a visão do que está à sua frente.
Sua história é importante, mas seu futuro é mais importante ainda. O passado pode explicar como você chegou até aqui, mas não tem o poder de determinar até onde você pode ir.
Não posso ser leviana e negar o impacto que essas situações tiveram e ainda tem sobre nós. Não posso dizer que alguém é fraco por ainda lidar com os efeitos dessas situações - longe de mim qualquer pensamento ou posicionamento assim.
Meu convite na conversa de hoje é para que a gente ao menos tente encontrar caminho. Caminho esse que nos permite não apenas ser resultado das nossas sobrevivências mas algo mais: algo que a gente realmente queira ser independente do que fizeram com a gente ou do que a gente viveu lá atrás.
Como Pablo Vittar e Majur cantam com Emicida na música AmarElo,
Permita que eu fale não às minhas cicatrizes
Elas são coadjuvantes, não, melhor, figurantes
Que nem devia tá aqui
(…)
Por fim, permita que eu fale não às minhas cicatrizes
Achar que essas mazelas me definem é o pior dos crimes
É dar o troféu pro nosso algoz e fazer nóis sumir, aí
Não tenho todas as resposta - talvez nenhuma delas - e mentiria se dissesse que tenho. Ainda assim quero propor a você algumas possibilidades para trilhar alguns caminhos.